“Pop Up Show” Ozi

“Pop Up Show”

A Galeria A7MA recebe, a partir de 29 de outubro, a exposição do artista visual OZI, que celebra seus 30 anos de arte urbana em “Ozi Pop Up Show” sua primeira exibição solo em São Paulo, sua cidade.

O artista traz para a galeria 17 trabalhos, apresentando suas “remixsagens” do icone pop Mickey Mouse, personagem que o artista é fá de longa data. Além dessa série de trabalhos,  apresentará sua série de latas de spray costumizadas, as “OZICANS” produzidas em comemoração aos seus 30 anos de arte e graffiti, as quais vem trocando com os amigos artistas. As “OZICANS” fazem um pequeno recorte de sua produção com trabalhos antigos, atuais e releituras divertidas de alguns ícones de consumo.

O artista atua nas ruas desde 1985, imprimindo suas ideias nos muros e paredes da cidade de São Paulo com seus estêncis bem humorados, e às vezes irônicos, questionando o capitalismo, a sociedade de consumo e religião de maneira divertida e descompromissada, sempre com um tom de critica as mazelas humanas.

A trajetória profissional do artista visual Ozi se confunde com a história da Street Art no Brasil, que surgiu nos anos 80, durante o período de ditadura militar, em São Paulo, com os artistas Alex Vallauri e Maurício Villaça. Este último, abrindo as portas de sua casa e transformando-a na galeria Art-Brut. Espaço alterna- tivo da cena underground que acolheu artistas, poetas e toda sorte de visitantes atraídos por aquela nova forma de gerar o pensamento artístico. Foi a partir do encontro desses dois artistas com o então publicitário Ozéas Duarte, que se iniciou uma série de intervenções e ações públicas que fariam história na constituição do DNA do grafitti brasileiro. Em 1985, Ozi registrou sua primeira arte com a técnica de estêncil na rua e a transgressão do ato de grafitar ganhou conotações políticas e sociais, associadas ao discurso irônico que o artista imprime em seu trabalho até hoje. E não foi por acaso que ele se tornou referência nas intervenções deste estilo em comunidades de periferia, onde outros artistas pioneiros também atuaram e ajudaram a for- talecer a cena da Street Art de São Paulo.

Celebrar seus 30 anos de trabalho nas ruas tem sido uma grande diversão para o artista, que tem propos- to aos amigos que o acompanham nas quebradas a troca de latas de spray (da série Ozicans) pintadas com personagens novos e também os antigos, como o astronauta, que ele criou em suas primeiras intervenções nas ruas. Este clima de parceria e amizade foi o ponto de partida para a realização da exposição Ozi – Pop- up Show, acolhida pela galeria A7MA e que traz um breve recorte da sua produção, sobretudo em suas obras com paródias sobre o personagem Mickey Mouse e toda a sua representação sobre o Capitalismo, sociedade de consumo e também a propaganda enganosa.

Neste sentido, Ozi abusa do bom humor e tasca logo um chapéu de Mickey nas cabeças da imagem de
O Pensador (de Rodin), Mona Lisa (de Leonardo da Vinci) e de Jesus Cristo. Sem dar sossego ao rato mais famoso de Walt Disney, Ozi criou a série em estêncil e acrílica sobre tela Mixmickeys, na qual ele substitui a cabeça do personagem, por outras de ícones de cartoons e cinema. A sensação de estranhamento é imediata ao ver Frajola, Piu-piu, Pica-pau, Pantera Cor-de-rosa, Homer Simpson, entre outros, com o corpo trocado. Cada obra se apresenta com uma cor chapada ao fundo, acentuando ainda mais a sua figura central. A ex- ceção desta série vai para a tela maior, formada pela turma do Manda-chuva e o Guarda Belo, que ganharam a cabeça de Mickey e permanecem com os seus corpos originais.

Em resina de poliéster surge um Mickey de 1,40m com toda a sua superfície trabalhada em um padrão camuflado com caveiras, que faz uma forte alusão à morte e ambientes de guerra. Esta obra é justaposta em uma parede com dezenas de contornos escorridos da cabeça do mesmo personagem, tendo aos seus lado sesquerdo e direito duas representações distintas do que seria o “Smile” que não sorri. Mais uma vez o artista propõe uma reflexão sobre o cruzamento de linguagens e signos relativos aos universos adulto e infantil, que muitas vezes são utilizados de forma banal.

Mesmo ao abordar temas mórbidos, Ozi não abre mão de requintada ironia para pontuar suas críticas. Diante das suas três décadas de trabalho, surpreendentemente Ozi – Pop-up Show é a primeira exposição in- dividual do artista em São Paulo, mesmo já tendo passado por outras cidades como Rio de Janeiro, Buenos Aires e Genebra. Incansável, o artista vem participando de um número sem fim de exposições coletivas, in- tervenções em espaços institucionais e realizando obras ao ar livre por onde quer que passe.

Marco Antonio Teobaldo curador

FOTOS GALERIA:

FOTOS ABERTURA:

 

Sobre a galeria

No espaço de arte e cultura, A7MA (lê-se a sétima), em São Paulo, somam artistas, telas pincéis e amigos – por meio do desejo genuíno de amplificar a arte contemporânea com influencias da rua, até o limite do possível. Fundada em 2012, é organizada por Marcos Ramos ˚Enivo, Tché Ruggi, Cristiano Kana , Alexandre Enokawa e Raymond Supino. Do indivíduo ao coletivo, muito além de um nome – athima (alma em hindu), a ‘A7MA’ é a representação da união de duas casas artísticas: o ‘Coletivo 132’ e a ‘Fullhouse’. Com mais de 100 m² de arte, o repertório cultural da galeria já tem mais de 30 exposições em seu catálogo e um acervo variado obras e é considerada um dos principais espaços na cidade, interessado exclusivamente pela arte de rua.

 

 

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