HIGHRAFF TRAZ PARA A7MA SUA FUSÃO DE FORMAS ORGÂNICAS E GEOMÉTRICAS NA
EXPOSIÇÃO ORGANOMETRIA
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É na interseção de todas essas palavras e seus significados que está situado o trabalho do artista Rafael
Highraff (São Paulo, SP, 1977), que ocupa as paredes de uma galeria com a mostra Organometria – a primeira
mostra individual depois de uma pausa de mais de 10 anos. Vale dizer que não é uma galeria tradicional, mas
o espaço de arte e cultura A7MA (lê-se “a sétima”), em São Paulo. Capitaneada pelos sócios Tché Ruggi,
Cristiano Kana, Alexandre Enokawa, Raymond Supino e o muralista Enivo – que acaba de retornar de uma
residência em Nova York, para expandir os diálogos da casa – , A7MA representa a arte que nasceu nas ruas,
invadiu as galerias e permanece dia a dia ganhando visibilidade e reconhecimento no mercado. “A galeria
com o maior número de bonés por metro quadrado”, define Enivo.
“Essa mostra diz muito sobre o tempo de maturação de um trabalho. Tem sabor de primavera regada de frutos
doces e suculentos. É o resultado do mergulho interior que me permitiu atravessar as paredes pintadas e me
recolher no ateliê por um longo inverno. Foram quase dois anos trabalhando na gestação e cultivo dessa safra
de obras. E após um hiato de mais de uma década sem expor, retorno pra comemorar, agradecer e
compartilhar com vocês o nascimento da nova colheita”, diz Highraff.
Rafael Highraff transita há 25 anos entre diversos suportes, “da ilustração e design até gravura, escultura e
instalação, passando, é claro, pelos fartos muros paulistanos (e mundiais) e, cada vez mais, pela pintura’, conta
a curadora da mostra, Daniele Machado.
“Entre a coletividade ancestral e a individualidade presente, as pinturas de Organometria foram elaboradas
nos últimos dois anos, em um processo lento e metódico, quase ritualístico. O convite do artista ao público é
para, ao invés de buscar os segredos por trás de cada cor-forma-símbolo, amplificá-los”, finaliza a curadora.
Rafael Calazans Pierri, Artista Visual e Muralista conhecido como Highraff, é paulistano, nascido em 1977.
Sua trajetória teve início nas ruas através do graffiti, em 1997, e, ao longo dos anos, conquistou novos espaços,
mídias e suportes. Seu estilo inconfundível é caracterizado por composições gráficas abstratas que combinam
formas orgânicas, sólidos geométricos e linhas precisas em gradientes de cores fortes e vivas. Observar, sentir
e interpretar a natureza lhe traz inspiração. Macrocosmos e microcosmos, os mundos material e espiritual,
visível e invisível, se entrelaçam e coexistem, são matrizes geométricas geradoras de manifestações orgânicas.
O caos ordenado da natureza e a ordem caótica do homem são questões que atravessam e são atravessadas
por sua arte.
As obras de Highraff já foram expostas em espaços institucionais como Memorial da América Latina, MAC,
MIS, MUBE, SESC, Fundação Bradesco e galerias como a Choque Cultural, Fortes Vilaça, Zipper, Rhys Mendes,
Verve em São Paulo, assim como em espaços internacionais como MACRO (Rosário, Argentina), Jonathan
Levine Gallery (New York, USA), Pure Evil Bunny Gallery (Londres, UK), Avant Garde Gallery (Milão, IT),
Swarovski KrystallWelten Museum (Austria), Center for Visual Arts e Denver International Airport (Denver,
USA), RUA Festival (Amsterdam), entre outros.
Trecho do texto curatorial de Daniele Machado
Expoente da cena do graffiti brasileiro, Rafael Highraff nunca teve um meio exclusivo de atuação. Em seus mais
de 25 anos de trajetória, vem transitando entre diversos suportes, desde ilustração e design até gravura,
escultura e instalação, passando, é claro, pelos fartos muros paulistanos (e mundiais) e, cada vez mais, pela
pintura. Organometria é a primeira individual do artista em mais de uma década. Nela, o despojamento e a
espontaneidade para experimentar se unem à consciência sobre o risco dos primeiros amores, que a
maturidade traz.
O encanto ingênuo e os movimentos instáveis e imprevisíveis (imprescindíveis para a
reinvenção) se tornaram parte do léxico visual do artista, no qual não há mais espaço para a ausência de
sentido. Mistos de insinuações de paisagens oníricas e de composições abstratas, neste conjunto de acrílicas
sobre tela não há cores isentas e formas puras, mas cores e formas-símbolos. Em parte, elas são fruto de sua
versatilidade entre suportes, da desnaturalização do trabalho com escalas imensas, que levou o Highraff a
conhecer seu corpo como instrumento de proporção. A experiência soma-se à escolha do artista por trocar a
cidade pelo campo, tornando-se “turista” de seu habitat natural, mas sem se ausentar do mundo. Pelo
contrário, Rafael Highraff tornou-se cada vez mais presente. Em outra parte, os ícones são sua contribuição no
antigo e duradouro debate sobre o que precede a cultura, que construiu parte da tradição pictórica: forma,
padrão, proporção.
Exposição: Organometria – Highraff
Abertura: 13 de abril de 2023, às 16h (quinta-feira)
Encerramento: 21 de maio de 2023, às 17h (domingo)
Segunda a sábado, das 11h às 19h; Domingos, das 12h às 17h
A7MA Galeria
Rua Medeiros de Albuquerque, 250 – Vila Madalena, São Paulo
+55 11 95301-1796
Entrada gratuita
Biba Fonseca – biba@vicentenegrao.com | 11 99271-5037
Alisson Schafaschek – alisson@vicentenegrao.com | 47 99250-4678
Alex Olobardi: alex@vicentenegrao.com | 11 94066-4776
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